Estados da Antiguidade Oriental


EGÍPCIOS


O vale do rio Nilo, com terras negras e férteis, é a base da civilização egípcia. A fertilidade resulta da inundação anual do rio (julho a outubro) e da deposição do húmus quando as águas baixam.

Unificação egípcia
A agricultura e o intercâmbio de produtos estimulam a sedentarização e a miscigenação das tribos, que formam, no vale do Nilo, um único povo, diferente dos beduínos que habitam o deserto. Durante o Neolítico, são construídas cidades-Estado sobre o eixo fluvial, como Tebas, Mênfis e Tânis, que se relacionam ativamente. Elas se unificam por volta de 3.000 a.C., introduzindo uma monarquia centralizada na figura do faraó, soberano hereditário e absoluto, considerado uma encarnação divina. As cidades-Estado são transformadas em nomos, divisões administrativas da monarquia, governadas por nomarcas.

Expansão e declínio do Egito
Até 2.700 a.C. o Egito se mantém relativamente isolado de outros povos. As incursões contra os beduínos do Sinai e a conquista das minas de cobre e pedras preciosas, por volta de 2.000 a.C., constituem os primeiros passos para romper esse isolamento. Entretanto, disputas internas e a invasão dos hicsos, povo de origem caucasiana, interrompem essa expansão. Só após a expulsão dos hicsos, em 1.600 a.C., os egípcios se lançam na conquista de territórios da Mesopotâmia, Síria, Palestina, Chipre, Creta e ilhas do mar Egeu. Em sentido contrário, o Egito sofre o assédio de gregos, filisteus, etíopes, assírios, persas, macedônios e romanos. Em 332 a.C., Alexandre, o Grande, invade o Egito. Em 30 a.C. tem início o domínio romano.

Economia e sociedade egípcias
A agricultura e o intercâmbio de produtos naturais são a base da economia. Após a unificação, a terra passa dos clãs à propriedade do faraó, nobres e sacerdotes. Os membros dos clãs são transformados em servos. As incursões em direção à Núbia, Somália, Sinai e Biblos introduzem o trabalho escravo nas minas e na construção dos palácios, templos e pirâmides.

Ciência e cultura egípcias
Destacam-se na astronomia (elaboram o primeiro calendário lunar), arquitetura, engenharia e matemática, lançando os fundamentos da geometria e do cálculo complexo. Criam as escritas hieroglífica (com ideogramas), hierática (para uso religioso) e demótica (para fins comuns). Desenvolvem técnicas de irrigação e de construção de embarcações.

Religião egípcia
Politeísta e antropozoomórfica (deuses representados por corpo ou cabeça de animais). Aos poucos ganha predominância o culto ao deus Sol, com diferentes simbologias nas cidades-Estado. Acreditam no julgamento após a morte e na reencarnação, fazendo oferendas aos defuntos. Entre 1.377 e 1.358 a.C., Amenófis IV introduz o monoteísmo, representado no culto a Aton, excluindo as divindades locais. O monoteísmo é abolido após sua morte.

ASSÍRIOS

Resultam da mestiçagem entre povos semitas, que emigram da Samaria (região da Palestina), e povos que habitam o Tigre superior, por volta de 2.500 a.C. Constroem Assur e Nínive, suas principais cidades-Estado.

Economia e religião dos assírios
A propriedade da terra é repartida entre a casta sacerdotal, rei e nobreza. Escravos e servos semilivres realizam o trabalho na agricultura e no artesanato. A agricultura se desenvolve com o surgimento da horticultura e com o aperfeiçoamento técnico do arado. Politeístas, possuem um deus supremo, Assur. Constroem imensos palácios e esculturas monumentais.

PRIMEIRO E SEGUNDO IMPÉRIO BABILÔNICO


PRIMEIRO IMPÉRIO BABILÔNICO
Forma-se a partir de 1.728 a.C., sob o reinado de Hamurabi, depois de campanhas militares contra cidades e povos vizinhos. Babel torna-se a capital do império e pólo econômico e cultural. As principais obras literárias mesopotâmicas são transcritas para o acadiano. Em 1.513 a.C., o império babilônico é derrotado e saqueado pelos hititas, povo procedente da Capadócia, na Ásia Menor. Depois são dominados pelos cassitas, elamitas e assírios.

Hamurabi (1.728 a.C.-1.686 a.C.), sexto rei da primeira dinastia babilônica (amorritas), é o fundador do Primeiro Império Babilônico. Consegue unificar os semitas e os sumérios. Durante seu governo, cerca a capital com muralhas, impulsiona a agricultura, restaura os templos mais importantes e institui impostos e tributos em benefício das obras públicas. É autor do famoso código penal, o mais antigo da História, que leva seu nome. O Código de Hamurabi estabelece regras de vida e de propriedade, estendendo a lei a todos os súditos do império. Determina penas para as infrações, baseadas na lei de talião (olho por olho, dente por dente).

SEGUNDO IMPÉRIO BABILÔNIMCO
Entre 2.000 e 700 a.C, o império assírio, de grande poder bélico, estende seus limites ao Mediterrâneo, às montanhas armênias, às costas do mar Negro, Chipre, Egito e Núbia. Em 625 a.C., a Babilônia, Estado acadiano, invade o território assírio, destrói todas as cidades e extermina seus habitantes. A conquista da Assíria aumenta o poder da Babilônia, que se torna a mais notável cidade do oriente. O progresso econômico permite o seu embelezamento, com a construção de palácios, templos e dos famosos jardins suspensos. Em 539 a.C., Ciro, rei dos Persas, conquista a Babilônia.

Nabucodonosor (604 a.C-562 a.C), também conhecido como Nebuchadrezar II, filho do general Nabopolasar. Dá continuidade à época de prosperidade e hegemonia babilônicas. Durante seu reinado de 42 anos, a Babilônia atinge seu período mais glorioso e fica conhecida como a "Rainha da Ásia". Constrói a Torre de Babel e os famosos Jardins Suspensos. Líder militar de grande energia e crueldade, aniquila os fenícios, derrota os egípcios e obtém a hegemonia no Oriente Médio. Em 598 a.C. conquista Jerusalém e realiza a primeira deportação de judeus, que seguem para a Mesopotâmia, no episódio conhecido como "o cativeiro da Babilônia".

ACADIANOS

Originam-se de tribos semitas que habitam o vale mesopotâmico desde 2.400 a.C. Infiltram-se nas cidades-Estado sumérias, até conquistar Kish. Estabelecem Akad como cidade hegemônica e ampliam seu domínio sobre a Mesopotâmia meridional, Elam e parte da Ásia Menor, formando os Estados de Isin, Larsa e Babilônia.

Sociedade acadiana
Na política, os acadianos criam um Estado centralizado e avançam na arte militar. Desenvolvem a tática do deserto, com armamento leve, como o venábulo (lança), e grande mobilidade. Na religião, estabelecem novos deuses e passam a divinizar também o rei.

SUMÉRIOS

Instalam-se ao sul da Mesopotâmia entre 3.200 e 2.800 a.C. Têm origem incerta. Surgem possivelmente no vale do rio Indo. Fundam cidades-Estado como Nippur, Kish, Ur, Uruk e Lagash. Dominam os semitas até 2.300 a.C., quando são vencidos pelos acadianos. Restabelecem sua hegemonia em 2.050 a.C., mas não resistem à invasão dos semitas do deserto, em 1.950 a.C.

Organização política suméria
O centro político e religioso é representado pelo templo, que funciona também como núcleo econômico (fabricação de tijolos e ladrilhos, depósito de tributos e oferendas, empréstimos). Sua autoridade máxima é o rei, também sumo sacerdote, com poder político e militar hereditário. Os sacerdotes são responsáveis pela administração do templo.

Cultura e religião sumérias
Criam a escrita cuneiforme (gravação com estilete sobre tábua de argila) e desenvolvem a cerâmica e a estatuária de pedra e metal. Possuem um sistema numérico sexagesimal para medir o dia (24 horas, 60 minutos e 60 segundos). Dividem o círculo em 360 graus e o ano em 12 meses. Praticam uma religião politeísta, na qual coexistem os deuses da natureza e os deuses ligados aos sentimentos.

MESOPOTÂMIA

Compreende a região entre os rios Tigre e Eufrates (atualmente parte do Iraque) conhecida como Mesopotâmia - terra entre rios, em grego. É habitada desde 5.000 a.C. por tribos de origem semita. Entre 3.200 e 2.000 a.C. povos de outras origens, como os sumérios, acadianos, assírios, elamitas e caldeus, migram para a região e fundam cidades-Estado independentes. Em 331 a.C. a região é dominada por Alexandre, o Grande, da Macedônia.